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Pedaço

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De repente, silêncio... mas em segundos o vazio da noite é inundado por um grito. Um grito que se depara pela crueldade do fim e a fragilidade que somos.  Somos infémeros, o que nos é dado poderá ser retirado sem aviso prévio, sem uma nota de despedida ou um abraço mais sentido... fim!  Não recuso o aceitar, mas recuso a que me forçem a uma despedida assim! Separados por um pedaço de madeira, pelo cheiro forte de flores a abarrotar ao nosso lado... Tu estás ao pé de nós, sinto-te aqui e não ali no meio daquilo.  Despedi-me ao ler-te o livro mais antigo do mundo, pronunciando o teu nome ... levantei os meus olhos por entre as pessoas, porque sei que estavas algures a ouvir-me.  Pude não saber que seria uma despedida nossa, mas transformei-a numa à nossa medida. Naquele dia, pela manhã, ouvia o teu ressonar e sorri porque fazia lembrar-me o meu pai ou até mesmo a minha avó, por isso tentei fazer o minímo de barulho para não te acordar. Ao chegar a casa estacionei duas vezes o carro para

Resiliência

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Lá longe estás tu, segurando o choro para o mundo não o ouvir... O respirar tropeça pelo choro que prezas em abafar. Fincas os punhos até sentires as unhas a cravar na carne. O teu olhar enche-se de maresia e perdes a batalha, no preciso momento, em que as tuas lágrimas cedem pelo teu rosto.  Quem me dera estar ao teu lado, dar-te o conforto das palavras para seguires em frente.  Mas na verdade, foi-te dada a força de carregares lágrimas que te irão fortalecer.  A revolta necessária de enfrentares aquilo que muitos se deixam calar.  A bondade que muitos desvalorizam, quando a mesquinhez  se mascara por eficiência. Não preciso de te abraçar quando tu próprias exalas abraços e carinho por onde passas.  Olha para dentro... porque o que vence é aquele que não está sozinho! 

vintecinco

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Quando o nada se tornou tudo, que cliché tão fantasioso! Seria pretensiosa ao imaginar-nos desta maneira?... Acredito que os desencontros nos levam ao nosso rumo final, Que o melhor é salvo sempre para último, Que o "não dito" está escrito nos olhos... Que, por vezes, o sintonizar da respiração é só o que preciso. Manhãs são prolongadas até meio do dia Rápido o tempo, mas lentos os corpos Lentos os teus olhos ao acordar Como a tua voz a me chamar O cheiro a que pressinto casa De mais noites prolongadas De mais risos abafados E o calor de que estás perto Reescrever acredito que é o nosso fado com contextos diferentes mas sentimentos inalterados O teu rosto colado ao meu Não, não serei pretensiosa, Pois sei que viverei Contigo ao meu lado E o nada foi breve, E o tudo, todos os dias O amor ... tu